sexta-feira, 25 de março de 2011

A Pistola de Nanicolina

Eu olhava para a pistola, admirado com o seu design. Ela parecia com uma arma de desenho animado futurista. Os três anéis que circundam a ponta dela dão um teor magnânimo e exótico, típico dos anos 50. Em seu coldre está escrito: Pistola de Nanicolina.

Bem... não poderia me permitir navegar em devaneios. Uma missão tinha que ser executada.

Aponto para o castelo e disparo... e, admirado, constato a predominância do fantástico deste lugar. Ainda sou surpreendido apesar de tudo o que já vi, quem diria...

Diante dos meus olhos sorumbáticos, vejo a minha morada reduzir rapidamente de tamanho em meio a um show de luzes e som. E onde antes se avistava uma portentosa edificação sinistra, agora via-se uma ridícula, porém, simpática, miniatura de castelo.


Com muito cuidado, recolho-a. Cabe na palma da mão. Depois, devidamente embrulhada, deposito a diminuta forma num alforge.

Incrivelmente, todo o material necessário de que preciso para a viagem já está disposto ao meu lado, reunidos numa mochila de excursão.

Quando estou me despedindo do lugar, com todo o aparato montado, como se fizesse parte de mim, de tão apertado que estavam os nós, ouço um leve sibilo dentro de um caule oco.

Psiu. Ei, amigo.

Você está falando comigo?

Não vejo mais ninguém nas redondezas, e você?

Hum... Certo. O que quer?

Não pude deixar de observar o seu feito...

Ao sair do seu esconderijo, o intrometido ser se revela uma raposa humanoide.


Pelas madeixas de meu pai! Você é um animal falante!!

... Olha, a maioria das pessoas não se sente à vontade comigo. Sou discriminado constantemente, por isso, por favor, será que o Monstro, cheio de engrenagens e enxertos de várias pessoas, não poderia "pegar leve"?

Desculpe-me... são muitas surpresas para um dia. Bem, diga-me o quer comigo?

Ele ainda parecia meio ressentido, mas procurou falar o mais rapidamente possível:

Quero lhe oferecer uma poção, que permitirá que se movimente para qualquer canto sem ser notado. Funciona comigo.

Hum... Não sei não. Pelo menos agora você não me parece muito camuflado...

É porque o efeito dura apenas cinco horas. É o único porém dela. Mas eu estou com uma promoção incrível...

Iiiiiiiiii. Estava demorando... Escute, raposa, não tenho tempo para isso. Não me importo com o que as pessoas irão dizer. O mais importante agora é descambar daqui. Por isso, com sua licença...

A raposa tenta argumentar, contudo, em vão. Mas eu percebo que ela não é de desistir tão facilmente.

Enquanto de distancio de onde outrora ficara o castelo, não deixo de sentir uma presença astuta e peluda me circundando.

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