terça-feira, 8 de março de 2011

Novos tempos. Velhos hábitos.

Elas passaram a ter uma participação maior na minha vida quando migalhas foram esquecidas no chão. 

Adoro biscoito. Recheado, então... Mas descobri tarde demais que estava dividindo esta iguaria com seres de incrível resistência. Seres que, entranhados nos confins obscuros do castelo, aguardavam a calada da noite para se banquetearem. Não duvido que rissem de mim, entre eles.


O primeiro a ser surprendido escapou de meu pé por pouco. Muitas outras oportunidades iguais a esta foram difíceis. Tive que apelar. Comprei veneno. Sabia do risco.

Varei noites. Tocaiei pacientemente. Tudo parecia em vão. Até ter uma ideia.

No dia seguinte, contratei uma empregada. Custou uma aparecer, mas uma se apresentou, sem qualquer receio.


Simples instruções foram suficientes. No final do dia, incrivelmente, todo o castelo estava um brinco. Acredito até que perdeu o ar da graça, afinal, era para ser um castelo mal-assombrado.

Paguei-lhe o combinado. Ela se fora feliz e eu fiquei, triste.

Como eu suspeitara, a sujeira atraia os insetos e nos primeiros dias eles não "deram as caras". Talvez tivessem ido buscar um local mais de acordo com suas necessidades.

Sei que, por mais que as baratas me incomodassem com sua aspereza, elas faziam parte de um contexto mais complexo do que eu pensava. Elas eram residentes de um castelo mal-assombrado, que agora só servia para turismo de tão límpido que estava.

Propositalmente, passei a comer biscoito, sem reservas em deixar migalhas caírem no assoalho. Novamente as teias de aranha cobriam mobílias e seres asquerosos realizavam suas atividades rotineiras após um breve hiato.

É... era impossível mudar certos hábitos...

Nada como um final feliz, vocês não acham?

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