quinta-feira, 10 de março de 2011

O castelo diz NÃO!

Fazia duas semanas que a energia cessara.

A luz tenta penetrar na densa escuridão. O castelo se desanuvia e se aquece com as inúmeras velas espalhadas. Uma vez ou outra, o espectro de Horácio vaga pelos corredores, deixando um rastro esmeralda que deforma o ambiente.

Hoje estou na torre sul. Divago como nunca divaguei antes. 


Estranhamente, todos os animais peçonhentos adquiriram certa simpatia por minha pessoa, pois lacraias, aranhas caranguejeiras, baratas fosforescentes, ratazanas ensandecidas, entre outros bichos, sentiram necessidade em me ter por perto. Faziam-me companhia enquanto que, com a mão no queixo, divago os próximos passos que serão dados.

Após um considerável tempo dispendido, concluo, satisfeito:

Hum... Acho melhor ir para o interior. O litoral já não me apetece.

Daí ouço um angustiante grito nos rincões do castelo. Em seguida, uma onda de seres disformes, como uma onda escura e desordenada, avança em minha direção!

Por mais que eu me firme no chão, eles continuam a me empurrar para a beirada da torre, que leva ao precipício.

Sinto a brisa aumentar gradativamente, o som do mar fica mais alto... A queda parece iminente...

Continua...

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