segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Frankeinstein e os Mortos-Vivos.

Quem veio primeiro: o ovo ou a galinha? Perguntinha cabulosa, não acham?


Mas se eu perguntar: afinal, os mortos-vivos criados por George Romero são inspirados no morto-vivo mais famoso da Universal ou simplesmente trata-se de críticas à disputa armamentista (efeito da radiação) juntamente com o consumo desenfreado capitalista, que tornam as pessoas zumbis? Hum...?

Cronologicamente falando, é até fácil responder esta questão. 

Frankeinstein foi criado por Mary Shelley numa disputa de histórias de horror no castelo de Lord Byron, na qual o mesmo e o marido de Sheeley (únicos concorrentes) desistiram. A primeira publicação da obra foi no século XIX, onde a visão mecanicista iniciada séculos antes já estava consolidada, principalmente na forma como era ditada a ciência. E é nela que Shelley se inspira para contar a história do pródigio químico e físico, Victor Frankeinstein, que não mede as consequências dos seus atos, dando vida a uma criatura formada por pedaços de cadáveres.

Robert DeNiro, como a criatura no filme de 1994.

Resumindo a história: trata de um cientista que, após realizar o improvável, de acordo com os seus "bitolados"  contemporâneos, se arrepende do seu poder, mas não impede que atrocidades passem a acontecer em sua vida, tudo por causa da irresponsabilidade para com sua criação, que quer um pouco de consideração.

O filme feito por James Whale imortalizou o semblante da criatura, interpretado por Karloff, contudo, segundo a descrição da autora, o monstro pareceria mais com os mortos-vivos de Romero, mas com inteligência e sem sede insaciável por "céééééérebrooos".

O diretor James Whale, criador do design da criatura.

E, seguindo a regra "da maior fidelidade possível", que tomou conta de Hollywood nos derradeiros anos, Kenneth Branagh fez Frankeinstein de Mary Shelly, assim como Francis Ford Coppola realizou Drácula de Bram Stoker, com maior fidelidade à obra do autor, sem levar em consideração as personagens cinematográficas "inspiradas" nos livros que os antecederam.


Na minha humilde opinião, ambos os filmes feitos são de uma qualidade ímpar e merecem ser assistidos.

E quanto aos mortos-vivos?



Sem qualquer dúvida, o consciente popular absorveu a ideia e hoje o sucesso que advem de todos os derivados decorridos daquela fatídica noite em que os mortos voltaram para devorar os vivos é espantoso. George Romero talvez não soubesse até onde iria sua inspiração (assim como todos os autores sem muita pretensão, mas com aquela mínima possibilidade de ter algum destaque), mas é fato que em praticamente todas as mídias você vê carcaças do que outrara foram seres humanos andando e, quando dá, devorando algum ser pensante.

A Noite dos Mortos-Vivos; O Despertar dos Mortos; O Dia dos Mortos; Terra dos Mortos; Diário dos Mortos e a Ilha dos Mortos fazem parte da cronologia oficial, feitos pelo seu criador.

Foram feitos muitos derivados, alguns até incrementando e/ou aperfeiçoando a ideia de Romero, como, em destaque: A Madrugada dos Mortos (de Zack Snyder); Extermínio (de Danny Boyle) ; as comédias Zumbilânidia e Todo Mundo Quase Morto e a excelente série de TV inspirada nos quadrinhos de Robert Kirkman, Tony Moore e Charlie Adlard, The Walking Dead, adaptado e dirigido por Frank Darabont (responsável pelo estupendo O NEVOEIRO).


Bem... Mortos-vivos perambulando por aí, cidades entregue às moscas, remanescentes tentando sobreviver a qualquer custo, sacrifícios, rastro de destruição e muita morte resume deveras o que seria um evento dessa magnitude.

Outro questionamento: por que isso atrai tanta gente (eu inclusive)?

Por hoje é só!

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