sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Uma análise sobre O Exterminador do Futuro - Última Parte



Chegamos enfim ao fim de uma saga que ainda não encontrou o seu real fim.

Este último exterminador chegou aos cinemas envolto de muitas especulações sobre sua qualidade devido ao diretor contratado para realizá-lo. Afinal, confiar em alguém que fez "As Panteras Detonando" era demais para os apreciadores desta ficção. McG, felizmente, ficou acima da média do que se esperava dele.

O ano em que se passa a aventura é 2018. A guerra entre a Skynet e os humanos está consolidada.


John Connor transforma-se no que se esperavam dele: um combatente habilidoso e qualificado conhecedor do assunto Skynet. Também carrega consigo o estigma da falta de sorte para seus companheiros (por duas vezes quem estava com ele acaba encontrando o fim). Contudo, o número de pessoas que lhe confiam a vida também é grande. Isso devido principalmente às "previsões" que se concretizaram.

Apesar de tudo, as máquinas ainda mostram um elemento surpresa. E a admiração pelo revelação de tal fato mostra que o futuro conhecido por "este" John Connor não está concretizado pelo o que ele supunha.

O grande trunfo das máquinas é a infiltração perfeita: um homem que desconhece sua parte ciborgue e atrai John para uma armadilha. Seu nome: Marcus Wright, um condenado à morte que cedeu seu corpo a Cyberdyne Systems (pertencente secretamente à Skynet).


Além disso, em meio à guerra, John também mostra-se seriamente preocupado em encontrar o seu futuro pai, pois sabe que deixará de existir caso ele venha à óbito. Entretanto, fica a pergunta: será mesmo? Fica a suposição: caso o jovem Kyle encontrasse a morte, o John que sofreria o baque seria o que se formaria em uma nova linha do tempo, pois a deste está concretizada.

O mais diferente de todos os filmes, mas ainda assim com elementos que marcaram os anteriores (principalmente os dirigidos por James Cameron), este filme mostra-se eficiente em sua premissa e abre espaço para a guerra contra as máquinas (vista apenas em flashbacks nos filmes anteriores). A partir dele, algumas coisas irão ocorrer conforme se espera (envio de Kyle para o passado, por exemplo) e outras serão desenvolvidas (pois este futuro agora transformado em presente é diferente do apresentado pelos três filmes anteriores).

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uma análise sobre O Exterminador do Futuro - parte 3

Antes de comentar sobre o terceiro filme da série, faz-se necessário abrir um parênteses, a respeito do seriado "O Exterminador do Futuro: as Crônicas de Sarah Connors".


Respeitando a criação de James Cameron, os desenvolvedores da série resolveram ignorar o terceiro filme e dar um tratamento diferenciado à história, focando na relação de mãe e filho, suas tentativas em alterar o futuro pré-determinado e sobreviver à investida da Skynet. Eles fazem homenagens e até exploram o universo acrescentando ideias interessantes, contudo, há um grande porém: o limite de viajantes no tempo foi extrapolado. Uma zona.


Sinto que a série tenha sido cancelada na segunda temporada, quando começava a ficar interessante. Pior, numa capítulo que, com certeza, seria o tema base da terceira temporada.

Agora, vamos ao filme de 2003 (onde ignoraremos tudo o que se passou na série de TV).


John Connor perdeu a mãe, que faleceu de câncer pouco depois de 1997 (ano em que se previa o dia do julgamento). Ele agora vivia como um pária, fazendo o que podia para esconder informações a seu respeito. Infelizmente, a guerra com as máquinas ainda não havia findado, como se comprova pela nova investida da Skynet em tirar vantagem exterminando os principais comandantes de John com o uso de um ciborgue com mais funcionalidades que o T-1000, o T-X.


Nesse meio tempo, conhecemos a futura esposa de John: Kate Brewster.


Descobrimos que o T-800 foi o causador da morte de John, e desta vez foi enviado por sua esposa. Disso, por saber deste possível futuro, concluo que John evitará sua morte (assim como foi-lhe dita pelo T-800) nesta linha do tempo.

Algo que vem acontecendo desde o primeiro filme vem se repetindo: a mudança do futuro por novas informações trazidas pelos viajantes do tempo.

Assim, o que acontece? O John manda seu pai, temos o futuro da linha do tempo 1; os acontecimentos do primeiro filme se passam na linha 2; o segundo filme, na linha 3, pois o cataclismo que deveria acontecer em determinada data, é adiada pelos esforços dos Connors; e novamente temos um salto no filme 3, que passa a ter uma linha 4 porque o John desta linha não morrerá da mesma forma que o estava predestinado pelo T-800. E assim será até o fim da cinessérie.

E assim como foi previsto, o dia do juízo finalmente chega! Só restando aos sobreviventes aceitá-lo e lutar para colocar novamente a humanidade no controle.



Aguardem a última parte.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Uma análise sobre O Exterminador do Futuro - parte 2



Agora estamos no ano de 1994. Sarah e o finado Kyle conseguiram destruir o T-800 nos agora distantes anos 80. Contudo, Sarah não tomou o cuidado em desaparecer com os restos cibernéticos do cyborg. Disso, vem a grande trunfo para este segundo filme. Assim como para os Connors, a origem da Skynet está relacionado a eventos do futuro.

Por enviarem um exterminador, as máquinas garantiram (mesmo que sem esta pretensão) o seu avanço para a total liberdade de ação, ocasinando o tão temido "Dia do Julgamento".

No primeiro filme, ficamos sabendo que as máquinas que permitiram a volta no tempo haviam sido destruídas, para que tudo findasse entre o T-800 e Kyle Reese. Contudo, o futuro possivelmente mudara, pois novamente foram mandandos agora dois cyborgs, um obsoleto T-800 (para proteger o adolescente John) e um último modelo T-1000 (feito de metal líquido).


O T-1000


Aqui fica uma questão interessante: por que mandar um robô com as mesmas características de um anterior programado para matar, mesmo sabendo que havia a possibilidade de mandar qualquer outro (como foi mostrado no primeiro filme num ataque de um "infiltrado" num abrigo da resistência)? Será que havia uma fábrica de Arnolds Schwarzenegger, o que deixou o John do futuro sem muitas opções?


Bem... sabemos que o ator que imortalizou o exterminador agora já estava com a fama mais do que consolidada na época (isso até antes, pois o diretor tinha planos para colocá-lo como o mocinho no primeiro filme, mas viram que ele tinha mais presença de cena como o ameaçador vilão. Felizmente, prevaleceu o bom senso) e isto tornava óbvio que ele retornaria nesta segunda película, entretanto, a pergunta não finda.

Na foto abaixo, quem a princípio iria ficar com os papéis e como acabou por fim:


Muito mais explosivo que o seu antecessor, este filme dá aos protagonistas a chance de alterarem o futuro eliminando um dos responsáveis pelo desenvolvimento da tecnologia necessária para consolidar o império das máquinas.

Ficamos sabendo do fardo que John terá que carregar para o resto da vida, além do seu relacionamento com seu principal inimigo. Sem esquecer Sarah, que após se exceder num ataque às máquinas do presente (computadores) é capturada e internada num asilo psiquiátrico.


No hiato que ficou do primeiro para o segundo filme, somos informados através de John ao logo do longa-metragem de como sua mãe fazia de tudo para que ele se tornasse o grande líder de quem Kyle falava. Sua mãe não o tratava como filho, antes o grande salvador dos humanos.

Mesmo com todas as conquistas a fim de evitar o dia do juízo em 1997, os mocinhos ficaram com a ilusão de que aquele problema terminara, mas estamos cientes de que era uma questão de tempo até enfim acontecesse o tal pavoroso dia. Afinal, John ainda existia... e John só existe por um motivo bastante simples: devido à guerra, torna-se necessário enviar seu pai para que pudesse engravidar sua mãe. Sem a guerra, não haveria tal motivo e, consequentemente, ele sequer existiria. O dia do juízo era só uma questão de tempo...


Observação: o fato de John entregar a Kyle a única foto que tinha da mãe para que este pudesse ir ganhando afeto por ela mostra claramente os motivos reais do envio de seu futuro pai ao passado.

Aguardem a parte 3.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Uma análise sobre O Exterminador do Futuro - Parte 1

Concebido em 1984 por James Cameron, e transformando (por enquanto) numa quadrilogia de filmes para o cinema e numa série para a TV, O Exterminador do Futuro lança-nos questionamentos sobre diversos assuntos intrigantes, dentre eles, temos o paradoxo sobre a existência do líder da revolução contra as máquinas no futuro: John Connor.

Para entendermos melhor o que irei expor aqui, faz-se necessário um breve resumo da história. Para aqueles que se interessam por este tipo de película e ainda não tiveram a oportunidade de assistir a algum dos filmes, sugiro fazê-lo antes de ler esta análise.


Tudo começa no ano de 1984 quando, em lugares diversos e com uma diferença de tempo de poucos minutos, dois círculos surgem e trazem em seu conteúdo um exterminador, modelo T-800 (cyborg semelhante a um ser humano) e um homem chamado Kyle Reese. Após conseguirem vestimentas (ambos vieram nus), cada um trata de seguir em sua missão: encontrar uma mulher que será a mãe do principal responsável pela resistência dos humanos contra as máquinas, Sarah Connor.

O soldado Kyle Reese tem uma vantagem sobre o exterminador, pois possui uma foto da mulher que irá proteger, enquanto que o cyborg vai tentar encontrá-la eliminando todos os alvos que se denominem Sarah Connor. Antes de deparar-se com o principal alvo, o rôbo mata duas mulheres que antecederam Sarah na lista telefônica, além da única amiga dela por engano.

Felizmente, Kyle resgata Sarah e fogem. "Venha comigo se quiser viver".

Segue-se uma perseguição (elemento marcante em todos os filmes), terminando por despistar o exterminador, que sofre algumas avarias. Kyle e Sarah acabam na delegacia. Ele é tido como lúnatico por descrever eventos que supostamente irão ocorrer, enquanto ela é protegida pelos policiais.

"I'll be back!"

O exterminador invade o local, mantando a grande maioria das pessoas que ali estava. Contudo, Sarah e Kyle conseguem novamente fugir.

O casal acaba se afeiçoando e consumam o ato que irá gerar o líder da resistência. O grande paradoxo da história.

Ao mandar Kyle para o passado, John Connor não garante apenas sua existência, mas também a inevitável ocorrência de todos os eventos que o obrigarão realizar este ato. Um ciclo infinito, caso estivermos falando de uma só linha do tempo. Mas, como iremos comprovar nas sequências, o futuro modifica à medida que novos elementos são incorporados, criando uma nova linha do tempo, cuja definição só se dará quando não mais fizerem filmes da série.

O que se nota aqui é: John Connor sempre mandará seu pai para o passado para que ele possa ser gerado. Enquanto John Connor existir, existirá a Skynet (empresa que no futuro se torna ameaça).

Tendo conhecimentos sobre o que ainda irão acontecer, ele vai moldando o seu futuro, tomando como base as parcas informações que vão sendo disponibilizadas. Mas ele sempre estará à frente de todos. Será tratado como profeta.

A relação dele e da Skynet é indissociável. E toda a história do O Exterminador do Futuro se baseia nessa relação.

Ficam as perguntas: quem teve a ideia de enviar alguém ao passado primeiro? John ou a Skynet? No filme aparece primeiro o exterminador, mas isso não quer dizer que tenha sido realmente o primeiro. Quando se mexe com viagem no tempo, é inseguro afirmar qualquer coisa.

Aguardem a parte 2.

sexta-feira, 26 de março de 2010

A resposta fundamental.

"Horácio!", lá estava eu precisando desabafar com aquela massa translúcida e disforme. "Onde está você, Horácio?", e ele tinha simplesmente sumido. Eu não podia esperar. Não dava segurar ,toda excitação transbordava, louca para manifestar-se; e aquele infeliz não estava ali para eu compartilhar tão sublime exaltação.


Procurei por todos os antros do castelo. Até me aventurei em locais que antes nem sequer me arriscava. O desespero só aumentava.


Quando minha busca se mostrava infundada, encontro-o assistindo televisão num compartimento que ele julgava secreto.


"Aí está você! Quantas vezes eu já lhe disse para não ficar vendo o que essa caixa de metal tem a dizer? Você sabe muito bem que todas as informações passadas têm fundamentos no mínimo suspeitos?!"


"Bem, eu, quer dizer..."


"Está vendo?! Além do mais, ainda deixa-o aturdido, débil e incapaz de pensar numa resposta satisfatória!"


"Tudo bem, meu caro. Perdoe-me a falta de tato. Apenas tentava diminuir minha gigantesca sapiência, pois você bem sabe que tenho me adaptado numa vagareza sem tamanho. E a televisão tem cooperado em acelerar o processo de adequação a esta atual dinâmica dos novos tempos."


"Tá bom. Deixe minha raiva para depois. O que tenho a dizer-te é sumamente mais importante."


"Pois então diga de uma vez."


"Descobri que nada faz sentido!"


A mudez do espectro e seu posterior desaparecimento gradativo mostrou-me que também preciso me adequar aos novos tempos.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Caso platônico inacabado.

Um belo dia de outono, quando as folhas secas realizavam trajetórias incertas em direção ao chão, encontrei um pedaço amassado de papel. Curioso em vê-lo ali, tão perto do meu lar, resolvi examiná-lo, mas não sem antes ter certeza de que ele não tenha sido usado para fins higiênicos desesperados.

Ao constatar que o papel apenas estava sujo pela poeira que acumulara em suas dobraduras, peguei-o, desdobrei-o e li. Assim estava escrito:

"Desdenhosos olhos de amora, tão vívidos quanto a abóboda celeste vista numa região privada de enegia elétrica, sendo esta manifestada por cabos rígidos, em suas posições majestosas, olhando com desdém os humildes usuários que passam sob elas, à procura de algo ou alguém que mostre o significado do porquê de tamanha indiferença tua para comigo.

Caminhar suntuoso, carregado de volúpia e esbanjando insensatez. Quantas vezes serão necessárias até que o magnetismo descarrgado pelo teu simples rebolar permeie meus globos oculares, maculados com tal afronta da tua parte?

O que mereço eu, em te curtir isolado, insinuando momentos, imaginando sentimentos? Mãos calejadas e orgulho ferido, apenas.

É por isso que estaciono debaixo de uma árvore, buscando a sombra que me impeça de queimar. Encostar o dorso no deformado caule e saborear o momento de descanso. Talvez retirar um livro lido pela metade e conclui-lo lá. Esquecer de tua existência."

Desde logo, simpatizei com o sentimento manifestado. Por isso, hoje tenho-o emoldurado na parede da sala.

terça-feira, 9 de março de 2010

Satisfação intercalada com criação.

Um cheiro adocicado penetra o cubículo vindo do mar de petúnias que cobre a base do meu castelo. Apesar de não me preocupar com jardinagem, elas permanecem vigorosas, ímpavidas diante dos transtornos incessantes da região, como a seca e a umidade discrepantes e súbitas.

Ao avistá-las diariamente, encho o peito do inebriante ar que liberam e retomo às minhas experiências, sempre revigorado.

Hóracio, ser imaginário que vaga pelas redondezas, atormenta-me com suas questões insensatas:

"Acredita mesmo que ninguém é reponsável pela beleza insultante dessas plantas tão estupidamente alinhadas?" ou

"Por que elas continuam a brotar, se não a queremos aqui? O indivíduo intrometido deveria quedar-se num espasmo, ao ínves de cometer tamanha afronta. Ele realmente pensa estar prestando um benefício, não é mesmo?"

Entre tantas outras indagações tão desnecessárias.

Ignoro-o, voltando a minha atenção para um ser que criava. Tão singelo, tão único, tão tão... mordaz.

Todo o processo de concepção do ser será detalhado numa próxima oportunidade.

quinta-feira, 4 de março de 2010

O incidente.

Inúmeras borboletas, cujas asas lembram globos oculares abertos de felinos, atravessam a janela e se alojam nas paredes. Estranhamente, nenhuma delas se aventura a pousar no chão. Talvez com medo de serem pisoteadas.

No momento em que houve a invasão, estava eu encostado na cabeceira da cama, lendo "A Ilha do Dr. Moreau", pegando uns macetes de como evoluir rapidamente seres dito inferiores.

Ao término, me vi cercado de dezenas de olhos a fitarem-me.

Num breve levantar, os olhos piscaram algumas vezes de uma maneira incomum (na vertical). Daí então houve a súbita fixação. Todos os olhos pareciam observar-me com admiração, como que me avisando de um acontecimento iminente.

Não tardou para acontecer. Logo ouvi um ronco fortíssimo vindo de fora, como se o céu rasgasse. Corri para a janela a fim de ver o que se sucedera. Um avião despencava na minha direção!

Disparei do alto do meu castelo, para os níveis inferiores. Com certeza estaria seguro no calabouço. Só pude ouvir um estrondo e o balançar. Alguns rebocos mal colocados cederam e bagunçaram ainda mais o lugar.

Quando o pandemônio passou, me aventurei a subir e ver o estrago.

Infelizmente, não pude ir muito além, pois parte do edifício tinha vindo abaixo e o caminho estava obstruído. Resignado, simplesmente saí por uma passagem subterrânea e vi da base do morro onde o castelo está posicionado o que sucedera. Parecia uma mariposa gigante atolada num pote de mel.

Dá fumaça branda a explosão seguiu-se. Acabara de perder meu castelo.

Em meio ao melancólico momento, me surpreendi ao ver muitas daquelas borboletas do início aproximando-se de mim. Não esperei elas trazerem milagrosamente nada para mim, mas sabia o que devia dizer a elas:

"Obrigado".

Assim, todas alçaram voo, com exceção de uma. Esta decidiu me fazer companhia e pousou no meu ombro. Parecia que ficaria comigo até a resolução daquele problema. Aqueles olhos estariam velando por mim.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

As leitoras de nuvens

Profissão pouco conhecida mas que, pouco a pouco, vem adquirindo um espaço maior na mídia. Há quem diga que as primeiras leitoras vieram das caravelas, predizendo, através do formato inconstante do firmamento, agouros que eram evitados pelos experientes marinheiros.
No instante em que aportaram, as leitoras logo se adiantaram em ter contato com o povo nativo, contudo, não obtiveram o respeito que esperavam, justamente porque os índios tinham, em seu meio, ótimos leitores e leitoras de nuvens e não careciam de caraíbas.
Apesar de resistirem, elas acabaram desacreditadas e por um longo tempo fizeram parte da história apenas como uma curiosidade inútil. Bem... até hoje!
E por que razão elas estão retornando?!?! Será que é devido a este período tão nostálgico que estamos vivenciando?
Esta primeira década tem mostrado o quanto temos saudade. Bandas antes finalizadas retornam, produtos e marcas retornam, então, por que elas também não retornariam, apesar do gigantesco hiato pelo qual passaram?
Mas há uma explicação, e ela não se refere simplesmente ao que foi exposto anteriormente. Não!
Conspirações, mudanças climáticas drásticas e o eterno retorno se mesclam numa coisa só. O que antes era abominação, algo exótico e deveras místico, agora é procurado até por céticos.
E o que elas estão prevendo para que mereçam novamente destaque?
Ouçamos uma delas:
"Ah, meu filho, aquela nuvem tem o formato de um homem caindo..."
"E o que isso significa?"
"Bem..."
Contudo, antes que pudesse responder, homens fardados entraram e a levaram. Até o momento ninguém sabe o paradeiro dessa incrível mulher que (assim como outras que tiveram o mesmo destino), além de cozinhar, passar, lavar, também dedicam seu tempo a decifrar as mensagens das nuvens.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

O experimento - 1ª parte

Quando um pássaro se sente motivado a descer para colher alguns míseros grãos de pão lançados por um certo alguém que nunca fez questão de mostrar o lado caridoso para ninguém, haverá um cataclismo em potencial. Por quê? O que se pode esperar de uma pessoa que, por interesse próprio, lança bolotas de amido com a única finalidade de fazer uma experiência com a bendita ave que é tola o bastante em devorar tal alimento. Pois, senhores, no tão pãozinho macio e saboroso, esconde-se um produto deveras perturbador que, ao entrar no estômago do bicho, causa um efeito que irá se propagar até o cúmulo do ponderável, e daí ocorrerá a temível profecia. Pois a experiência não acabará no pássaro em si. Ela irá com ele aos confins de onde a penuda saiu, e uma vez lá, reverberá pelos quatro cantos, atingindo, sem distinção, qualquer ser que entrar em contato. Como uma praga incontrolável, disseminará o "mal " incontestável e a experiência terá, enfim, sido concluída com êxito.

Não haverá esperança de cura.

Não terá ninguém que saiba impedir a propagação.

E o inescrupuloso homem avarento voltará para o castelo (de onde pegara emprestado o recipiente contendo o produto da experiência) e comentará como a pimenta que levara para casa, num desdobramento culinário e altamente criativo que praticara, foi feliz em não gotejar um respingo sequer do tão forte condimento na buchada que servira para a família de sua noiva.

"Oh! Frank", disse ele para mim num misto de lamento e fúria, "Daqui uns dias irão te procurar".

"Quem?"

"Fique no aguarde..."

E assim o homem, cabisbaixo, foi-se do meu castelo.

O final dessa história, fica para uma próxima oportunidade.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Visão comum em tempos de Apocalipse.

Numa madrugada tempestuosa, incomum de sertão, mas coerente com os derradeiros acontecimentos mundiais (clima em clima de insanidade), fitei com espanto quatro cachorros em fila indiana, um fuçando o traseiro do outro. Com isso, fui subitamente contemplado com pensamentos invasores de fim de noite. Será que aquilo que via tão pasmado era uma matilha de cachorrofante ou uma manada de elefantechorro? Ou por acaso Horácio estivesse gastando mais energia do que devia ao varar a noite com experimentos, talvez inspirado pelos clarões dos raios e ensurdecedores roncos dos trovões? Sabem como é: em castelo beirando precipício, todos se sentem motivados a puxar a alavanca e ver Frank levantar...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Em todos esses anos, nesta indústria vital...

Testando: um, dois, três, um, dois, três... Não bastou a inquietante sensação de estar cada vez para trás num mundo informatizado; foram as estatísticas. Elas vieram a mim de maneira tal que não pude sequer questioná-las. Do que adianta tentar seguir um caminho árduo se você pode criar um blog? Que forma melhor de mostrar ideias e pensamentos? De se autopromover? Será do boca a boca que enfim sairei da obscuridade? Será que alguém lerá o que tenho para expor? Não importa se eu pensar que sim, ou não. As estatísticas não mentem. A probabilidade é enorme. Só sei que o arrebatamento virá e eu estarei aguardando-o aqui, em meu castelo.