Um belo dia de outono, quando as folhas secas realizavam trajetórias incertas em direção ao chão, encontrei um pedaço amassado de papel. Curioso em vê-lo ali, tão perto do meu lar, resolvi examiná-lo, mas não sem antes ter certeza de que ele não tenha sido usado para fins higiênicos desesperados.
Ao constatar que o papel apenas estava sujo pela poeira que acumulara em suas dobraduras, peguei-o, desdobrei-o e li. Assim estava escrito:
"Desdenhosos olhos de amora, tão vívidos quanto a abóboda celeste vista numa região privada de enegia elétrica, sendo esta manifestada por cabos rígidos, em suas posições majestosas, olhando com desdém os humildes usuários que passam sob elas, à procura de algo ou alguém que mostre o significado do porquê de tamanha indiferença tua para comigo.
Caminhar suntuoso, carregado de volúpia e esbanjando insensatez. Quantas vezes serão necessárias até que o magnetismo descarrgado pelo teu simples rebolar permeie meus globos oculares, maculados com tal afronta da tua parte?
O que mereço eu, em te curtir isolado, insinuando momentos, imaginando sentimentos? Mãos calejadas e orgulho ferido, apenas.
É por isso que estaciono debaixo de uma árvore, buscando a sombra que me impeça de queimar. Encostar o dorso no deformado caule e saborear o momento de descanso. Talvez retirar um livro lido pela metade e conclui-lo lá. Esquecer de tua existência."
Ao constatar que o papel apenas estava sujo pela poeira que acumulara em suas dobraduras, peguei-o, desdobrei-o e li. Assim estava escrito:
"Desdenhosos olhos de amora, tão vívidos quanto a abóboda celeste vista numa região privada de enegia elétrica, sendo esta manifestada por cabos rígidos, em suas posições majestosas, olhando com desdém os humildes usuários que passam sob elas, à procura de algo ou alguém que mostre o significado do porquê de tamanha indiferença tua para comigo.
Caminhar suntuoso, carregado de volúpia e esbanjando insensatez. Quantas vezes serão necessárias até que o magnetismo descarrgado pelo teu simples rebolar permeie meus globos oculares, maculados com tal afronta da tua parte?
O que mereço eu, em te curtir isolado, insinuando momentos, imaginando sentimentos? Mãos calejadas e orgulho ferido, apenas.
É por isso que estaciono debaixo de uma árvore, buscando a sombra que me impeça de queimar. Encostar o dorso no deformado caule e saborear o momento de descanso. Talvez retirar um livro lido pela metade e conclui-lo lá. Esquecer de tua existência."
Desde logo, simpatizei com o sentimento manifestado. Por isso, hoje tenho-o emoldurado na parede da sala.
EU NUM PRECISO DIZER NADA... SABE QUE SOU SUA FÃ!
ResponderExcluirE FICO FELIZ POR TER GOSTADO E CHAMADO MEUS DESABAFOS DE POEMAS. ENTÃO, FICOU SURPRESO?! ESPERO QUE TENHA SIDO UMA BOA SURPRESA!
BJOOOSSS!
E SIM, ERA SOBRE O ORELHÃO!
Gostei... Senti empatia imediata, pude sentir o cheiro do vento, a sensação de sentar sob a copa da árvore e a textura sobre as minhas costas. Além de, perceber o desejo só contido pela ausência. É disso que falava sempre: a descrição do ambiente e das sensações que provocam são o primeiro passo para que o leitor sinta que faz parte da trajetória do persongem, mesmo uma curta ou pontual.
ResponderExcluirAbraços
Milena