terça-feira, 26 de julho de 2011

Momento conspiratório cultural: Jack Vance.

As aventuras de Frank, vez ou outra, poderão ser interrompidos para a inserção de alguma matéria cujo teor for considerado interessante para exposição.



O Planeta dos Dragões ganhou o prêmio Hugo de Ficção Científica, merecidamente. Seu autor, Jack Vance, é  um importante escritor americano do gênero ficção científica, e seu trabalho merece ser conferido. Mas O Planeta dos Dragões é um dos mais reconhecidos, principalmente por esta obra tratar, com uma descrição verossímil, um planeta de nome Aerlith na qual sua população, formada pelos derradeiros homens, denominados Homens Totais, tentam sobreviver num ambiente medieval, em combates inúteis provocada por desavenças e interesses territoriais.

O autor.

Em meio a isso estão os Sacerdotes, homens que andam sempre nus e nem se consideram homens. Respondem de forma vaga a todas as perguntas que lhe são dirigidas e preferem ficar em total passividade, que é sua Base Racional. Aguardam a extinção dos Homens Totais.

Não bastasse os combates recorrentes, os homens ainda encaram a visita dos Básicos, seres draconianos que seguem uma Regra mostruosa, em que os homens devem-se se submeter a eles, para que possam ser transformados.

Numa visita dos Básicos, Kergan Banbeck, um líder tribal, consegue capturar vinte e três Venerados (como são chamados pelos homens modificados). Dessa conquista, há uma mudança social no planeta. Dos descendentes destes Básicos, surgem as inúmeras raças de dragões, que são criados principalmente para a guerra.



Passado-se um tempo considerado, Joaz Banbeck, atual líder, além de lidar com as constantes investidas de Ervis Carcolo, líder do Vale Feliz, faz uma sinistra constatação. 

O que é interessante no livro é a menção de uma estrela vermelha, denominada Coralyne, cuja aproximação coincide com a visita dos Básicos.

(...) Está vendo esta estrela vermelha? Nos almanaques antigos é chamada Coralyne. Ela passa próximo a vós a intervalos irregulares, porque assim é o fluxo das estrelas neste aglomerado. Estes intervalos coincidem sempre com ataques dos Básicos.

Joaz conferencia com Carcolo (num momento de trégua), mas este, impassível, não segue a sugestão do (considerado) inimigo e, ao invés de cavar buracos e buscar proteção como estavam fazendo no Vale Banbeck, Carcolo prefere planejar uma nova investida contra Joaz.

E é em meio a uma guerra entre as duas tribos que os Básicos aparecem. Como era esperado, o Vale Feliz sucumbe rapidamente, mas o Banbeck dá trabalho aos visitantes.

Num determinado momento, um Atirador (um ser próximo ao que era um homem) a mando dos Básicos, tentou barganhar com Joaz. E sua sugestão é deveras interessante... A passagem merece ser vista:

    - Eu trago uma integração dos meus senhores.
    - "Integração"? Não entendo o que isso quer dizer.
   - Uma integração dos vetores instantâneos do destino. Uma interpretação do futuro. Eles desejam que o sentido lhe seja transmitido nos seguintes termos: "Não desperdice vidas, tanto suas quanto nossas. O senhor é valioso para nós e receberá um tratamento de acordo com este valor. Renda-se à Regra. Cesse a destruição inútil da empresa."
    Joaz franziu a testa.
    - "Destruição da empresa"?
    - A referência diz respeito ao conteúdo dos seus genes. A mensagem é essa. Aconselho-o a aceitar. Por que desperdiçar seu sangue, por que destruir mais homens? Venha comigo agora; tudo sairá melhor.
    Joaz riu, sarcástico.
    - Você é um escravo. Como pode julgar o que é melhor para nós?
    O Atirador piscou.
    - Que outra escolha existe? Todos os nichos residuais da vida desorganizada vão ser extintos. O caminho mais fácil é o melhor. (...)

Além disso, quando Joaz propõe que ele se junte a eles na luta pela liberdade, recebe esta resposta:

    - Quem gostaria de ser um selvagem? Quem vos imporia lei, controle, direção, ordem?

É deveras importante salientar todas essas mensagens significativas. Principalmente para as pessoas que conhecem assuntos como Nibiru e os reptilianos.

E partindo-se do pressuposto que todos nós compartilhamos informações num inconsciente coletivo, fica quase impossível não mencionar o uso de "ideias inspiradoras" pelos autores, que apenas nos passam o conhecimento pré-existente.

É fascinante observar as variantes formas com que os artistas expressam os dragões.




As passagens foram retiradas dessa edição.

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