sexta-feira, 5 de outubro de 2012

"O futuro está em suas mãos!"

No polegar uma espiral representa sua galáxia de origem e como ela estava no momento em que sua consciência ocupou espaço na matéria através da energização de um corpo no qual você está usufruindo agora.

A quiromancia é a capacidade de ler mãos, geralmente associada a ciganas. Muitos crentes na capacidade de revelação por meio da interpretação das linhas da mão (linha do coração, da vida, etc) pregoam a visualização do passado da pessoa, contudo, creio que o correto seria o mostrar do porvir. 





A vida inteira, previamente acordada em planos superiores, estaria escancarada na palma da mão, tão acessível quanto inacessível; uma ironia para nós, seres que sempre se preocuparam com o futuro.


Imagine que, após a sua morte, há um lugar em que você planeja sua próxima vida. Da vida que passou, assuntos pendentes são postos à mesa para apreciação, a fim de deliberar sobre as ações tomadas diante de situações-chave, que irremediavelmente acontecem justamente para que você tenha a possibilidade de corrigir erros passados; balancear a balança de sua existência.

Você é responsável pelo seu destino. O seu nascimento e morte são programados, assim como as situações-chave; únicas certezas inalteradas da vida que virá. As possibilidades surgem a partir das situações, que lhe dão uma escolha terrena de que posição seguir. Mas não se engane, apesar dessa liberdade em conceber o conjunto de momentos que passará, o indivíduo ainda é subjulgado pela história mais abrangente, na qual todos nós estamos inseridos. Há eventos que deverão ocorrer, que afetarão a todos (por exemplo, as duas guerras mundiais).

Acredito que, assim que concluímos nossos trabalhos nos planos elevados, reencarnamos para mais uma vez tentarmos colocar todos os pingos nos i's. E nas palmas das mãos teríamos o código dessa existência, os principais eventos da vida atual até seu encerramento.

As linhas não seriam apenas simples dobras persistentes, mas sim uma dica de nos aprimorarmos.


OBS: O texto acima trata-se apenas de minha humilde opinião e não deve ser tratado como uma verdade absoluta. Tudo o que foi escrito baseia-se em conceitos que fui assimilando ao meu conjunto de crenças no decorrer dos anos.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Vagareza sobre rodas.

Hoje se fala muito no grande problema no trânsito, com seus infinitos congestionamentos e lentidão latente. Mas muitas pessoas não se perguntam o motivo maior de isso ocorrer: CARROS. E não me refiro à animação da Pixar.



Façamos um estudo de caso. Peguemos um trabalhador de classe média. O pobre mora a uma distância considerável do local de trabalho, tendo que acordar pelo menos três horas antes a fim de não se atrasar. Depois de todos os passos indispensáveis, ele se dirige para a parada e aguarda a condução, que vem geralmente abarrotada. No aperto em que se encontra, ele não para de pensar na possibilidade de adquirir um carro e livrar-se desse tormento. Assim como ele, centenas de rostos infelizes contemplam o vazio nas suas vidas desperdiçadas em duas horas ou mais de trâfego. O jovem relembra em sua mente as propagandas da televisão; da sensação de liberdade que um veículo pode proporcionar; até as ruas antes abastadas tornam-se vazias, como num milagre. Daí então, a decisão é tomada: vai comprar um carro. Mas as coisas não são tão simples como parecem. Um empréstimo injusto deve ser firmado e um carro com valor além do que ele realmente vale deve ser escolhido. Taxas e mais taxas extras devem ser pagas. Contudo, eis o miraculoso objeto à sua disposição. Mas, outros impasses surgem: o trânsito não melhora por ele ter um carro; é sempre uma preocupação deixar o veículo numa difícil vaga, nas mãos de alguém que lhe cobra um valor indevido e ainda o ameaça caso não cumpra com o combinado; e ainda têm os eventuais custos adicionais que acabam aparecendo com o uso do carro. Tudo isso vai arredondando numa bola de neve já grande.

O problema atual do entupimento das vias se deve principalmente ao absurdo número de automóveis existentes. E isso poderia ser resolvido de uma maneira simples: através do melhoramento das conduções públicas (aumento na frota já seria um bom começo). Entretanto, se houver esta atitude, como motivar as pessoas a comprarem carros? Se elas não se sentirem ultrajadas diariamente, como elas se sentiriam decididas a entrar num oceano de prestações de juros abusivos?

Todos têm o direito de ter um carro, de poderem locomoverem-se livremente, mas a verdade é que muitos o compram por uma inescapável necessidade. Felizmente, apesar do sistema nos impor esse horrível ciclo de martírio cotidiano, há muitas pessoas preferindo meios de locomoção alternativos, como bicicletas, por exemplo. E é neste pensamento que muitos outros deveriam se inspirar.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

O hit do momento.

Inspirado nos galopantes trejeitos equinos, uma cavalgada de fortes emoções:



E levemente inspirado no vídeo acima, vale a pena ver o desempenho das garotas:


Uma cena de ação nunca antes vista.

O roterista delineou as cenas de ação que queremos. Serão desenvolvidas exatamente como estão descritas aqui, que tal?

Hum... Você não acha um tanto quanto exagerada?

Nããããão. Está ótima! Quero ver Hollywood nos superar nessa.


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Recolhendo os pedaços - segunda e última parte.

Mexer em toda aquela gosma estava me deixando enjoado. Meus braços estavam grudentos e mal-cheirosos, mas eu não podia desistir de Igor.

Eu sentia uma multidão cuja curiosidade descia seus olhos em mim. Murmúrios de recriminação atingiam-me com peso e eu não conseguia me concentrar no que estava fazendo. Uma impaciência sobrepôs-se à minha vontade de consertar aquilo.

Não estão vendo que estou ocupado aqui?! Vão procurar afazeres para se distraírem! Não há mais nada aqui para vocês! Saiam!

Como era esperado, ninguém ligou para o meu incômodo. Contudo, algo tinha chamado a atenção deles, pois estavam agora estáticos, com expressão de assombro. Focavam para um mesmo ponto, atrás de mim.

Ao virar-me e fitar para onde estavam dirigindo o olhar, emudeci diante da majestosa, porém imunda, figura de Igor que, ofegante, encarava-nos.

Frank, algo fantástico aconteceu!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Recolhendo os pedaços - primeira parte.

Desde que viera reclamar sobre a experiência mal sucedida, o homem não largava do meu pé.

Esse dia será lembrado como o mais negro do século.

Ah! Por favor! Vê se não me amola!


Como podem perceber, eu estava invocado. Não só pelo estrago que ocorreu e toda a sua repercussão, principalmente com relação à minha interação com os demais habitantes da vila, mas também com o amadorismo com que tomei (ou deixei de tomar) decisõs, resultando no óbito de um recém amigo que havia superado o primeiro estágio de uma experiência, que acabou desencadeado nesta última. Lastimável!

Podia não parecer a princípio, mas eu também remoía meu peito de remorso pelo sacrifício desnecessário de Igor. Mas, convenhamos! Para alguém que se dizia superinteligente, ele vacilou deveras! Não tinha nada que se intrometer em algo que era esperado e deixá-lo com um final inesperado, ainda por cima triste e prejudicial à minha já não tão boa reputação.

...Enfim, deixarei as últimas bolhas espocarem para procurar o "corpinho dele" (como diria o Seu Madruga com relação ao Chaves) e então, verei se posso fazer alguma coisa miraculosa (posso utilizar o velho esquema de reanimar com raios, apesar de aqui não ser o campeão nesse requisito. Talvez tenha que ir a Teresina, no Piauí, quem sabe?).

Bem... vamos à caça!

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Contagem regressiva.

E então, Frank? Apenas ficaremos aqui aguardando a bomba estourar?

Exatamente isso.

Ora, não me diga que a resolução para esta calamidade foi solucionada dessa forma?

Hum... é. O problema será, como disse aquele morador, limpar a sujeira.

Não posso crer! Que final insatisfatório!

Às vezes, o mais sensato é deixar as coisas seguirem seu rumo.


Não podemos ser dominados pela passividade. Sou um ser criado para a ação, e assim será!


Igor levanta-se e corre em direção a bolha.

Espere! Não faça isso, seu idiota! Vai acabar se matando!

Mas era tarde demais. Impassível, Igor acelerou o passo e adentrou na caótica formação.

O que se seguiu foi surpreendente.

Arte de Shane McAdams.

Um grande estouro, com direito a vidros estralando, alcançou quilômetros. Um incalculável volume de pele cobriu a passagem, deixando a maioria dos habitantes com asco e tentados a reverterem o lanche consumido horas antes.

Levantando-se trêmulo, Frank observa o estrago. Assim como o morador, que fita indignado o causador da sujeira e comenta:

Viu o que você fez?! Aquele pobre coitado se sacrificou por nada!

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Uma opinião.


Em 1984, livro de George Orwell, retrata o que aconteceria a um país caso assumisse uma postura totalitária extrema. Em um dos momentos do livro, vemos o ponto de escape para que os dominados não provoquem uma revolução, denominado de os "2 minutos de ódio", na qual pessoas, incitadas por informações acusatórias a um determinado inimigo, ilusório ou não, descarregam suas frustrações num bode expiatório qualquer.

Isto me veio à mente no momento em que senti a importância que o futebol tem desempenhado para muitas pessoas, principalmente agora que uma Copa do Mundo será sediada aqui, no Brasil.



É impossível não ver uma semelhança de sentimentos que estes dois eventos causam nas pessoas. Beirando à loucura, os fanáticos centram suas vidas numa arena com 22 jogadores cujo objetivo é um só: vencer. Não há evolução, apenas a mesmíssima coisa infinitamente. Espantam-me a quantidade de assunto que tão limitado tema causa.

Retirando a inclusão social, fato comprovadamente benéfico (apesar dos desentendimentos e rivalidades), pois dá oportunidade para que todos se manifestem, mesmo que não seja um especialista (o que para mim é o mesmo que nada), o futebol é uma distração que nada preenche, nada acrescenta. Ele nos impele a concentrar nossas energias, boas ou ruins, num local totalmente irrelevante para nossas vidas.

O esporte é divertido e deveria ser apenas isso, uma diversão descompromissada, não um caso de vida ou morte como muitos apregoam (vide propaganda de cerveja, que liga intimamente a vontade de beber com o esporte).

Enquanto isso, o verdadeiro jogo desenrola-se fora dos estádios.


terça-feira, 3 de abril de 2012

Deixa rolar...



Enquanto avistavam o poder destrutivo da massa disforme, Igor e Frank acabam recebendo a visita angustiada de um morador, que revoltado fala:

Ah, Frank! Não... Outra vez!

Como assim outra vez? Já estiveste numa situação semelhante?

Digamos que houve alguns percalços em minha carreira...

Um melequeiro dos diabos, isso sim!

Então há uma resolução para o problema! Frank, não fique a divagar! Dizei-me como solucionaste este impasse que eu te ajudo!

Olhe, Igor, não é tão simples como parece. Não se deixe exaltar pela exaltação deste morador. Ele apenas presenciou um evento semelhante cuja solução ele não está ciente.

Oh, ignóbil criatura!

Ei, não vamos nos ofender agora, pode ser?

Veja o castelo cuja estrutura já abalada cede à pressão inesgotável dos teus erros! Uma visão tão aterradora que mareja os mais secos olhos!

Também não precisa ser tão dramático.

Com licença, senhor. Será que posso me intrometer na conversa?

Não se meta, cidadão!

Não seja rude, Frank. Deixa o homem falar.

Obrigado. Bem... acho melhor vocês se afastarem.

Ao término desta frase, o cidadão dispara para longe. Ao ver a situação calamitosa do castelo, Frank e Igor, após um breve suspiro, seguem embalados o homem.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A ameaça fractal.

Espantados, além de aturdidos, Frank e Igor fitavam o recém-chegado terceiro Igor brotar do segundo e criar vida própria, reclamar da vida e dar espaço para um quarto Igor crescer de um de seus membros. E assim, numa projeção fractal infinita, centenas, milhares de Igors apareciam a partir do segundo.



Frank, não vejo com bons olhos o desfecho disso. Devemos externar nosso diálogo.

Como assim "externar nosso diálogo"?

Ausentemo-nos deste local de insânia! Apressemo-nos!

Hum... Isso tem a ver com o sua aberrante contra-parte?

Sim! Não vê a destrutora propagação que este ser causa a este ambiente? O fim não se avizinha para tal espetáculo, e paradoxalmente seu derradeiro movimento será fatal para os nós!

Certo! Sua sapiente e enfática constatação conveceu-me. Corre!

E assim, ultrapassando todos os obstáculos resultados da explosão corpórea do primeiro Igor, ambos seguem, aos trancos e barrancos, para fora do castelo.

Uma vez fora de alcance do que quer que fosse a ameaça, os dois fitam uma massa cor de pele escapando das janelas do castelo, empurrando, em seu crescimento exagerado, as antes imóveis paredes da edificação, forçando-as a se alargarem.

Frank... Já pensou na possibilidade de morar em outro local?

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

DUELO!



Espere aí, mocinho! Não me venha com essa de "redefinir". Não há nada para se "redefinir" aqui! Vamos recapitular: você apareceu do nada, quase morto; eu te curei e, acredito, deixei-o mais encorpado...

E inteligente.

... E inteligente (isso é você quem diz). Certo! Mas convenhamos: isso não te dá o direito de querer mandar em mim!

E só porque você me "curou", também não te dá direito sobre mim, certo?

Frank emudece.

Ah! Eu sabia que ficaria te devendo um favor, mas não ao cúmulo de ser teu servo. Frank, sejamos racionais... e modernos, por favor.

De repente, um leve tremor do outro lado da sala em que estava ocorrendo o embate chama a atenção de ambos.

Mas que diab...

Frank não chega a completar a praga quando vê outro Igor retirando o excesso de pele de si.

Sabe... eu acho que devemos nos aprofundar e transformar esse duelo verbal num truelo (um duelo de três).

Jesus!

Xilogravura de Severino Borges.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Trocando as bolas.

Se este episódio tivesse ocorrido na Flórida, EUA, após a explosão surgiria um jacaré, meio desnorteado, todo sujo por causa do resultado, perguntando: Onde está a minha torta? Onde foi parar a minha torta?


Contudo, como o corpo de Igor, que cresceu numa caótica e estrondosa progressão, resolveu espalhar-se no castelo de Frank, que fica a milhas e milhas distante da Flórida, não havia um jacaré desapontado para indagar sobre o excesso de fermento.

Em meio aos escombros, Frank ergue-se com dificuldade. Uma gosma cor de pele pingava de seu corpo e todos os móveis estavam cobertos com os restos mortais de Igor.

Pela madrugada, rapaz... Vai ser difícil de limpar...

Enquanto murmurava, Frank não percebe que o espetáculo de horrores ainda não concluíra: uma forma humanoide levantava-se vagarosamente onde antes estava Igor.

Quando enfim nota, Frank não se espanta, apenas regozija-se.

Então, por fim... tudo se acerta. Levanta-se, criatura! Mostre seu ímpeto para com seu mestre.

Retirando dos olhos excesso de mucosa, a figura fita Frank, indagando:

Quê?! Acho que devemos redifinir quem é o mestre e quem é criatura por aqui.

Opa...