quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ciranda infernal.


As sobrancelhas arqueadas refletiam a maldade do sorriso insistente.

Por mais alegria que se demonstrasse na superfície do rosto, o que se sentia era uma imensa estupidez insana. E as gargalhadas complementavam a expressão satânica daqueles demônios que, me rodeando com cambalhotas performáticas, entoavam uma cantiga de mau agouro.

O querer de vocês nada condiz com os meus próximos passos.

Ora, Frank! Por favor!

Um riso estridente corta o ar.

Queremos apenas brincar com você!

Esqueçam! Não tenho tempo para vocês!

Você é um danado... Como nós!

Equivoca-se.

Fomos criados com propósitos inicialmente divergentes de nossa natureza atual. Fazer o quê?!

Aqui é que você se engana, meu caro... [O ar está tão denso com suas intenções mesquinhas que mal dá para respirar.] A minha criação foi resultado de uma curiosidade científica infeliz. Meu nascimento não foi intentado com propósitos vis! Nisso reside toda a diferença!


Você nos julga! Com que direito?! Nem nos conhece realmente!

Assim como vocês a mim!

Mas nós o conhecemos, Frank! Observamos você há tanto tempo que até perdemos a conta. O castelo que carrega consigo tem estreitas relações com nossos domínios. Digamos que há diversas passagens ocultas em aposentos que você nem imaginava existir! Pergunte-se: quanto do castelo conhece?

O bastante para me sentir tranquilo.

Pois saiba que mudanças se pronunciam adiante!

Estou ciente...

Os lados devem retornar ao ponto zero. Ambos pendem em desequilíbrio. Um lado está favorecido e não é o que se espera. E a situação piorará!

Eu sei! Eu sei, infelizes! É por isso que estou indo embora! Tchau!


Para que a pressa, se tudo o que há é a imensidão do nada.

Num piscar de olhos, toda a paisagem de outrora resumia-se numa grande branquidão sem fim.

Ai, meu...

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