quarta-feira, 21 de maio de 2014

Crônicas de Igor (4) - A primeira parada.

Antes de prosseguir a história, abro um parênteses quanto ao hiato em que o leitor (volte das catacumbas, por favor!) foi submetido: deparei-me com problemas além de minha alçada, tais como carência de paciência, criatividade nula, um ar desesperançado com relação há existência de leitores, enfim, um conjunto impeditivo de alto grau cuja justificativa sucumbe diante explicações mal dadas.
Agora, voltemos a nossa programação normal (ou quase)...

***

É loucura, eu sei, seguir cegamente um ser de tão assombrosa concepção, mas que alternativa tinha? Aventurar-me no vazio de fora? Como aparentemente ganhei virtudes fantásticas, não temi os possíveis perigos que viria a encontrar.

"O senhor quer conhecer nossa biblioteca?", sua voz de timbre constante quebrou o silêncio que imperava.

"Claro... Ficaria encantado com a oportunidade", disse após considerar bastante se havia um traço sequer de inverdade no que me era proposto. Uma tarefa, devo salientar, deveras inútil.

E assim atravessamos um grande saguão cujo teto perdia-se na escuridão. Admirei-me com a absurda estrutura, pois, externamente, não se notava tão gigantesca arquitetura.

Mais adiante, uma porta pequena, cerrada, parecia ser a passagem para o nosso destino.

"Está pronto para engrandecer-se com todo o conhecimento existente?", desafiou.

Como abarcar tamanha informação num espaço aparentemente minúsculo?

"Certamente..."

Quando o robô escancarou a abertura, fui banhado por uma luz maravilhosa. Os olhos, ao acostumarem-se com a intensa luminosidade, não puderam crer no que via. Uma imensurável biblioteca se estendia até onde a vista alcançava!