sexta-feira, 29 de julho de 2011

A jornada: conversa pra Frank dormir (ou não).


Eu dizia que na aritmética...

Desculpe, senhor, mas não falava sobre isso.

Não?

Não.

Hum... Estranho.

Ele passou curto espaço de tempo refletindo.

Bem... Deixa pra lá. Gostaria de mais uma xícara de chá?

Não, obrigado. Estou mais do que satisfeito. E, além do mais, está tarde...

Por favor, fique está noite por aqui. Há um quarto disponível. Nesses dias atribulados é difícil ter alguém que pare por estas bandas. Faz um bom tempo que não converso com viva alma.

Sinto. Terei que declinar da proposta.

Eu insisto.

O desespero daquele homem por companhia comoveu-me. Por mais que soubesse que estava deveras atrasado em minha jornada, não poderia ser insensível ao ponto de deixá-lo sozinho naquele momento.

Está certo, senhor. Cedo ao convite.

Um largo sorriso estampou-lhe o rosto.

Você gosta de histórias?

Não sou de vangloriar-me, mas não poderia arranjar melhor ouvinte.

Fico feliz em saber. Tenho um monte delas para nos entreter até a hora de dormir.

Pois bem, conte então.

Sabe, filho, eu não nasci cego. Assim fiquei devido a uma tremenda falta de sorte numa de minhas aventuras.

Aventureiro? Interessante. O que fazia?

Eu achava coisas para as pessoas. Objetos, pessoas, o que lhes fosse mais caro. Encarava todos os empecilhos, pois o que me mais motivava era a jornada. Conheci muitos lugares; fascinantes e enigmáticos indivíduos.

Ele fez uma pausa para sorver o chá.

Dentre eles, um em especial me fascinou. Seu nome (pelo menos como era conhecido; o nome original, segundo ele, se perdeu com o tempo) era Ranter. Assim como eu, ele também buscava coisas. Contudo, nunca ei de comparar a loucura que eram seus desafios e histórias com as minhas experiências, por mais insanas que fossem. Ele era especial.

O que ele tinha de mais?

Na verdade, ainda tem. Ele é imortal.

Imagem retirada do site http://jairclopes.blogspot.com/2009/10/imortalidade.html

Como?!

O que falei, filho: imortal.

Se ele pudesse ver, riria da expressão de incredulidade que fiz.

Como é possível?

Se não acredita, paciência. A única comprovação que terá virá de minhas lembranças. E eu ainda não estou gaga, se quer saber.

De forma alguma duvido do senhor! Já ouvi muitas histórias estranhas. O que gostaria de saber é se ele comprovou isso para o senhor.

Quando o conheci, ainda era um jovem. Quando o vi pela última vez, uns bons vinte anos depois, ele não tinha se alterado em nada (!), nenhum fio de cabelo embraquecera, nenhuma ruga para contar história. Foi aí que ele me explicou o que tinha lhe acontecido. Quer ouvir?

É claro que sim!

No próximo post, filho...

...droga.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Momento conspiratório cultural: Jack Vance.

As aventuras de Frank, vez ou outra, poderão ser interrompidos para a inserção de alguma matéria cujo teor for considerado interessante para exposição.



O Planeta dos Dragões ganhou o prêmio Hugo de Ficção Científica, merecidamente. Seu autor, Jack Vance, é  um importante escritor americano do gênero ficção científica, e seu trabalho merece ser conferido. Mas O Planeta dos Dragões é um dos mais reconhecidos, principalmente por esta obra tratar, com uma descrição verossímil, um planeta de nome Aerlith na qual sua população, formada pelos derradeiros homens, denominados Homens Totais, tentam sobreviver num ambiente medieval, em combates inúteis provocada por desavenças e interesses territoriais.

O autor.

Em meio a isso estão os Sacerdotes, homens que andam sempre nus e nem se consideram homens. Respondem de forma vaga a todas as perguntas que lhe são dirigidas e preferem ficar em total passividade, que é sua Base Racional. Aguardam a extinção dos Homens Totais.

Não bastasse os combates recorrentes, os homens ainda encaram a visita dos Básicos, seres draconianos que seguem uma Regra mostruosa, em que os homens devem-se se submeter a eles, para que possam ser transformados.

Numa visita dos Básicos, Kergan Banbeck, um líder tribal, consegue capturar vinte e três Venerados (como são chamados pelos homens modificados). Dessa conquista, há uma mudança social no planeta. Dos descendentes destes Básicos, surgem as inúmeras raças de dragões, que são criados principalmente para a guerra.



Passado-se um tempo considerado, Joaz Banbeck, atual líder, além de lidar com as constantes investidas de Ervis Carcolo, líder do Vale Feliz, faz uma sinistra constatação. 

O que é interessante no livro é a menção de uma estrela vermelha, denominada Coralyne, cuja aproximação coincide com a visita dos Básicos.

(...) Está vendo esta estrela vermelha? Nos almanaques antigos é chamada Coralyne. Ela passa próximo a vós a intervalos irregulares, porque assim é o fluxo das estrelas neste aglomerado. Estes intervalos coincidem sempre com ataques dos Básicos.

Joaz conferencia com Carcolo (num momento de trégua), mas este, impassível, não segue a sugestão do (considerado) inimigo e, ao invés de cavar buracos e buscar proteção como estavam fazendo no Vale Banbeck, Carcolo prefere planejar uma nova investida contra Joaz.

E é em meio a uma guerra entre as duas tribos que os Básicos aparecem. Como era esperado, o Vale Feliz sucumbe rapidamente, mas o Banbeck dá trabalho aos visitantes.

Num determinado momento, um Atirador (um ser próximo ao que era um homem) a mando dos Básicos, tentou barganhar com Joaz. E sua sugestão é deveras interessante... A passagem merece ser vista:

    - Eu trago uma integração dos meus senhores.
    - "Integração"? Não entendo o que isso quer dizer.
   - Uma integração dos vetores instantâneos do destino. Uma interpretação do futuro. Eles desejam que o sentido lhe seja transmitido nos seguintes termos: "Não desperdice vidas, tanto suas quanto nossas. O senhor é valioso para nós e receberá um tratamento de acordo com este valor. Renda-se à Regra. Cesse a destruição inútil da empresa."
    Joaz franziu a testa.
    - "Destruição da empresa"?
    - A referência diz respeito ao conteúdo dos seus genes. A mensagem é essa. Aconselho-o a aceitar. Por que desperdiçar seu sangue, por que destruir mais homens? Venha comigo agora; tudo sairá melhor.
    Joaz riu, sarcástico.
    - Você é um escravo. Como pode julgar o que é melhor para nós?
    O Atirador piscou.
    - Que outra escolha existe? Todos os nichos residuais da vida desorganizada vão ser extintos. O caminho mais fácil é o melhor. (...)

Além disso, quando Joaz propõe que ele se junte a eles na luta pela liberdade, recebe esta resposta:

    - Quem gostaria de ser um selvagem? Quem vos imporia lei, controle, direção, ordem?

É deveras importante salientar todas essas mensagens significativas. Principalmente para as pessoas que conhecem assuntos como Nibiru e os reptilianos.

E partindo-se do pressuposto que todos nós compartilhamos informações num inconsciente coletivo, fica quase impossível não mencionar o uso de "ideias inspiradoras" pelos autores, que apenas nos passam o conhecimento pré-existente.

É fascinante observar as variantes formas com que os artistas expressam os dragões.




As passagens foram retiradas dessa edição.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A jornada: o velho da cabana.

Era uma cabana ordinária. Parecia inacabada, mas da chaminé um filete de uma escura fumaça cortava o céu.


A mulher que teimou em me acompanhar desistiu após o tremor, lembrou de sua caríssima coleção de peças de porcelana que estava numa mesa sem qualquer borda que a impedisse de despedarçar-se no chão. Além do que, também havia o seu papagaio de estimação, o Celulose, que poderia estar apavorado, o pobre.

Agradeço à coleção e ao Celulose por atraírem a atenção da mulher. Agora poderei retormar o rumo que tento seguir desde os avisos premonitórios do Horácio.

Antes de prosseguir, no entanto, decido arriscar pedir água, pois o que trouxera há muito tinha acabado e os meus lábios, ressecados por natureza, estavam numa situação deprimente.

Aproximo-me furtivamente da frente da cabana. É quando ouço uma melodia alegre, contagiante, escapando de dentro. Um talento nato numa situação tão deplorável?!

Antes do meu punho acertar a porta, a música cessa bruscamente, como um disco cuja agulha é abruptamente puxada.

Quem está aí?

Sinto-me tão intimidado com o ato antecipado que não consigo emitir nenhuma palavra.

Eu sei que está aí, quem quer que seja! Por favor, não se acanhe! Entre, a porta está apenas encostada.

Quando entro, digo:

O senhor deposita muita confiança em estranhos...

Não há nada de valor aqui para ser roubado. Quer dizer, a não ser o meu violino, mas ainda assim, bem deteriorado.

Percebi pelo olhar vago que se tratava de um cego. Um senhor cujas madeixas grisalhas e os sulcos em forma de rugas ostentam a avançada idade.


Só gostaria de pedir-lhe para encher o meu cantil.

Ora... Por que não toma um chá comigo? Estava esperando a chaleira apitar e, pelo que ouço, está fervendo!

Deixe-me ajudá-lo...

Não se preocupe, filho. Estou bem habituado à minha velha cabana.

O senhor da cabana me inspirava confiança. E o fato de ser cego deixava-me à vontade. Acredito que finalmente poderia ter um instante de sossego desde que iniciei a jornada. Um verdadeiro momento de sossego.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A jornada: mexendo o esqueleto.

O chão começou a tremer. Não achei inteiramente ruim esta fatalidade, pois tal fato calou a irritante mulher, que teimava em me seguir, por um instante precioso. Ela parecia tão abalada com o tremor que nem frases chorosas de desespero foram emitidas.


Eu sabia o que se passava. O inevitável chegara. O motivo maior de ter abandonado o litoral. Mas como não havia me distanciado o bastante da costa, acredito que possa ser acometido pelo mesmo fim que suponho ser destino de todos que ficaram na vila.

A mulher agarrara-se a mim. Ela tremia. Com certeza não sabia o que a esperava, mas um terremoto tende a causar esta impressão nas pessoas. Ainda mais quando sabemos que por estas paragens a probabilidade disto ocorrer é infinitamente remota.

O chão! As colinas! Veja!

Uma enorme fissura rasgava a floresta, que por dentro da mata víamos árvores inteiras sendo engolidas por buracos recém abertos. O estrondo provocado por esta ruptura era assustador.

Sem muitas opções, tratamos de nos distanciar dali o mais rápido possível. Corríamos em ziguezague, não por que queríamos, mas devido às circunstâncias.

E tão abruptamente surgiu, o terremoto cessou.

Ainda ofegantes, encaramo-nos. Apesar de nossos atritos, sabíamos que tal experiência nos uniria; era o pavor do inesperado conspirando na insistente relação de duas almas fadadas a não terem qualquer simpatia uma pelo outra. Bem... pelo menos até eu conseguir deixá-la à salvo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Anteriormente na Corcova...

Bom dia, senhoras e senhores! Eu sou a primeira e única mochila a relatar fatos passados com uma precisão ímpar! Vamos a eles:

"Não parece, mas eu estou estupidamente feliz pela oportunidade!"

Tudo começou quando Frank percebeu por meio de uma falha elétrica que algo de ruim estava para acontecer. Algo relacionado ao Sol. Por isso decidiu rumar para o interior, contudo, o castelo não queria ser deixado para trás.

Horácio, o eterno morador, revela uma sala secreta guardada por Pépe, que entrega a Frank uma pistola capaz de reduzir o tamanho do castelo.

Realizado o intento, Frank parte. Entretanto, sua saída da vila é dificultada pelos moradores e suas senhas obscuras, além de uma raposa comerciante.

Conseguindo finalmente sua passagem de ida, Frank inicia sua jornada.

Ele encontra um acampamento composto por dois casais. Antes de pedir abrigo, ele toma a poção vendida pela raposa (que muda sua aparência) e sua permanência é facilmente aceita.

Acolhido, Frank, após um breve cochilo, é sobressaltado pela aparição de quatro demônios, que substituem os dois casais anteriores.

Disso, ele é levado para um local infinitamente branco. E lá passa por diversas situações: desde pássaros dóceis que se transformam em terríveis aves de rapina até um jantar improvisado por um ser de cabelo rosa e pele azul.

Passando por todas as intempéries, Frank decide se resignar. Com isso, descobre que tudo não passou de um pesadelo.

A fim de não transformar a realidade também num mau sonho, revelando seu real rosto, Frank sai antes do amanhecer.

Por fim, num trecho ele encontra uma mulher frenética, que o atormenta constantemente. E eles acabam presenciando um ato de covardia do gato a jato.

E é a partir daí que continua esta saga. Mas para um próximo post.

Até lá!

terça-feira, 5 de julho de 2011

A jornada: a queda a jato.

...mas continue contando, o que senhor fez quando o chamaram de analfabeto?

Ninguém me chamou de analfabeto.

Não? Que estranho... Tem certeza?

Os resquícios que sobrara de minha paciência haviam enfim escoado pelo ralo.

Escuta aqui, moça: EU NÃO TE CONVIDEI PARA ANDAR COMIGO!! POR ISSO, DEIXE-ME EM PAZ!!

Ai que bruto! Tá bom! Tá bom!

Contudo, ela continua andando ao meu lado, concentrada, como se buscasse na memória alguma explicação para um fato qualquer.

Tem certeza MESMO?

Não resisti à curiosidade.

Do quê?

De que não te chamaram de analfabeto?

Pensei seriamente em enforcá-la, mas fui impedido deste ato vil quando ouvimos um baque surdo, próximo dali.

O que se passa?

Era um pássaro. Estava estatelado no chão. Definitivamente morto.


Logo em seguida, outros seguiram-no. Uma chuva sinistra de aves caiu diante de nós.

Meu Deus! Oh Meu Deus! Mas o que está havendo?!?

Ao fitar o galho de uma árvore balançando eu obtive a resposta.

É o gato a jato... EI!

Ele nos fitou.

É... Você mesmo! Não tem vergonha?

Ele deu de ombros. Daí então, iniciou uma sequência de sinais com as patas dianteiras. Infelizmente, eu não entendo libras. Infelizmente, a mulher entende. E ela não perde tempo na tradução.

Ele tá perguntando o que tá pegando?

Diga a ele que é cruel matar todos estes pássaros de susto! Se fosse pelo menos para comer... Mas por diversão!! Faça-me o favor!!

Quando a mulher encerra o conjunto de sinais, o gato sorri e some.

Se ele pudesse falar, diria: "Asas batendo, marcha de decolagem, turbinas e JÁ!!"

Gato miserável...! Bem... O mal que ele fez não pode ser desfeito, por isso, devo seguir em minha jornada.

Espere!

O que é, mulher!?!?

O senhor ainda não me respondeu o que fez quando o chamaram de analfabeto.

A jornada: encontro na mata.

Uma chuva rala encerra a tempestade. Um poderoso Sol aparece em toda a sua grandeza no início de um novo dia.

Cordilheiras vão se distanciando à medida que sigo no trecho anguloso, que corta uma floresta ancestral, sempre descendo.


A trilha sonora envolvente das diversas espécies de pássaros embalam minha descida. Árvores de grossos caules sustentam volumosos galhos, sombreando-me. Vez ou outra, de soslaio percebo movimentações furtivas de animais pequenos. Só faltava uma mulher cantarolando com os animais da floresta para completar a paisagem idílica.

Agora não falta mais. Bem... quase isso.

Uma mulher de suntuosas formas corre em minha direção. Sua roupa esportiva, juntamente com um aparelho de som portátil, cujos fones centravam sua atenção apenas ao exercício, atualizavam a forma de interação entre ela e os pobres e ignorados animaizinhos do lugar. Solitária, de sobrolho cerrado, a mulher parecia deslocada com relação àquele local.

De tão concentrada ela só acaba me percebendo quando já estava praticamente passando por cima de mim.

Ei! Cuidado aí, cara! Não está vendo que...

Daí ela finalmente olha para mim.

Meu Deus! Você é um monstro!

Também não precisa ofender.

Você vai me enforcar?

Por que eu faria isso?

Não sei... Talvez por você ser um... monstro?!?!

Calo-me diante de tamanha injustiça.

Você vai me deixar ir? Por favor, eu tenho uma carreira para ascender. Logo agora que minha vida estava entrando nos eixos me acontece uma fatalidade dessas...

Com licença, mas eu não consigo ver fatalidade nenhuma. Acho que está exagerando. Por que não vai simplesmente embora?

Porque você pode me acertar quando eu der as costas!

Bah! Quer saber, vou andando! Até nunca mais.

Espere! Não se ameaça as pessoas assim e depois vai embora! Volte aqui!

Ouço cochichos da mata... E risos abafados.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Interlúdio.



Um círculo de fogo desenha-se no chão, tendo-me como centro. Sua dimensão não é tão pequena há ponto de me incomodar. Sinto uma leve elevação na temperatura. Um calor aconchegante. Uma aconchegante chama.

Desperto. Som de pingos acima de mim. A barraca estava montada. Os casais dormiam em seus sacos-cama. Tudo estava da mesmíssima forma na qual me lembrava antes de toda a balbúrdia dos demônios começarem.

Um sonho. Sempre é um sonho.

Toco meu rosto. A poção ainda não perdera o seu efeito.

Não sei quanto tempo havia se passado, mas decido não arriscar. Arrumo minhas coisas e, o mais silenciosamente possível, prossigo em minha jornada rumo ao interior.

Na palidez da loucura: forças da natureza.

Por favor, queriam se sentar.

Abruptamente, uma chuva verde despenca.

Ah! Vai deixar aguado o café!

Onde a água verde caía, formas complexas surgiam, como se sempre estivessem ali. E gradativamente, todo um mundo emergia do abismo branco, deixando de sê-lo. Agora imperava o tonalidade exuberantemente esmeralda. Para mim, a situação continuava ruim.


Percebi, tarde demais, que os meus breves companheiros de jornada haviam se transmutado em corredores coreanos que seguiam em câmera lenta para longe de onde estava.

Daí você se pergunta: e aí? E eu te respondo: RESET!!

Ao término da palavra, aquele misterioso homem se transforma num redemoinho e carrega consigo tudo o que pode.

Aflito, seguro firme meus pertences; ando de costas, distanciando-me do epicentro. Os objetos recém-surgidos passam velozes por mim, indo de encontro àquela anomalia temporal absurdamente inexplicável no sentido são da palavra. O local em si era uma manifestação de algum deus insano.

Quatro explosões mudas, com um cheiro desagradável de enxofre, trazem os demônios que me meteram nesta enrascada.

FRANK! A SUA ESTADA ANDA MEIO TORMENTOSA, HEIN?

TIREM-ME DAQUI!

O QUE ACHAM, IRMÃOS?

HUMMMM... AINDA É CEDO!

QUE PENA! ATÉ MAIS, FRANK!

E assim como tinham surgido, os miseráveis seres desaparecem.

Felizmente, o ciclone humano amaina, revelando a inerte paisagem branca. E mais nada.

Endireitando-me, solto um suspiro. Vendo o estado lamentável em que me encontrava, pendo a cabeça de tristeza. Por fim, resolvo sentar.

E é neste alento que decido deixar as coisas rolarem.